Boletim n.º 63 da BECP - Ambiente

Dizer que um agente moral ou um organismo coletivo é moralmente responsável pelas suas ações parece implicar, no mínimo dos mínimos, que o agente: a) tem, ou tem capacidade de ter, conhecimento das consequências dessas ações; tem escolha para agir de outro modo; e, essas consequências têm um valor significativo. (…) Antes do meio do século XX, a própria ideia de que as atividades humanas pudessem afetar séria e permanentemente a atmosfera global e os oceanos parecia absurda. Éramos demasiado débeis, acreditávamos nós, e o planeta demasiado vasto para tais consequências. Agora as ciências desenganaram-nos dessas certezas, dado que a tecnologia produziu substâncias químicas e radioativas desconhecidas da natureza e que proliferam as provas dos efeitos antropogénicos permanentes sobre os mares, a atmosfera e o ecossistema global.

Jamieson, D. (coord.) (2005). Manual de filosofia do ambiente. Lisboa: Instituto Piaget, pp. 387-388.

 


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